segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PORTO

Não me importa teu nome
nem a cor da terra
que trazes sob teus pés
Não me importa em ti
os vestígios de antigos amores,
o cheiro das noites em claro
que ainda exalas teu corpo
Não me importa tua crença,
teus ritos e mitos,
os sonhos que deixastes intactos
às margens dum outro alguém
Não me importam os rios
que saciaram tua sede
ou a suculência das maçãs
que apaziguaram tua fome
Não me importam os caminhos
que a trouxeram até aqui;
quais pedras e flores te conduziram
Saibas que a mim, meu amor,
nada mais importa
a não ser estes,
que hoje somos,
e aqueles, que um dia seremos
Inda sabendo que assim, sempre fomos
o tempo inteiro

(Marcelo Roque)

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